Fala, galera!!!
Passando aqui pra registrar nossa maravilhosa viagem ao interior do nosso querido estado, o Paraná. Mais uma vez foi do caralho viajar, conhecer e entender um pouco mais do nosso "Brasil diferente".
Pois é, na estrada retomei a leitura da biografia de Paulo Leminki, que estava um pouco atrasada, já que comecei a ler o livro faz tempo. Enfim, durante a leitura me deparei com o seguinte pensamento de Leminski: "...Em Curitiba, como em todo Paraná, existe o que se pode entender como a "mística do trabalho", herança equivocada dos imigrantes alemães, italianos e polacos, empenhados em se convencer de que o trabalho dignifica a vida. Uma idéia certamente criada por aqueles que se consideravam irremediavelmente "por baixo", na escala social". E ele ainda une este pensamento a outro falando que “...em Curitiba, produz-se socialmente um tipo estranho e perverso de comportamento coletivo: Aqui não se perdoa o fracasso e nem o sucesso. Por isso esta é uma cidade mediana. De uma maneira geral, consumimos mas não produzimos cultura”. Ainda segundo o próprio Leminski, acho que na década de 1980, ele falaria que “O Paraná é um estado em ebulição. Tudo está em fase de começar. Qualquer coisa que você fizer aqui é inaugural”. Amarro essas idéias a uma outra do próprio que diz “Nós, os curitibanos, não temos tradição, nascemos com o gás néon, SOMOS O FUTURO. Nosso Karma é a nossa liberdade”.
É uma conversa um pouco batida, mas é preciso falar aqui que muito se diz que o interior paranaense não valoriza os artistas do próprio estado. Consomem apenas material cultural de São Paulo e Rio Grande do Sul-tchê. Este “futuro” ao qual Paulo se refere certamente acontecerá e está sendo construído aos poucos. Vamos construindo nossa tradição e, acredito eu, o Anacrônica participa ativamente disso em busca da “nossa liberdade cultural”.
A foto deste post vai um pouco contra o que eu quero dizer, mas ao mesmo tempo reflete estas idéias. Primeiro: O show do Anacrônica em Toledo-PR não estava cheio. Tinha show do Biquíni Cavadão no mesmo dia. Isso talvez tenha tirado um pouco do público do nosso show (?). Segundo: ao mesmo tempo as poucas pessoas que estavam lá, estavam TODAS cantando e curtindo o som do Anacrônica. É isto que nos deixa felizes e nos deu o gás néon necessário para arrepiar no Rock, que é o que gostamos de fazer. Obrigado a estes guris aí de cima que tornaram nossa festa maravilhosa. Havia mais gente conosco no after, mas estes são dois deles que fizeram nossa noite muito divertida.
Fica aqui apenas um registro de pensamento e talvez um ponto de partida para uma conversa sobre o assunto em algum bar, tomando aquela cerveja gelada. Espero sempre me surpreender para o bem quando for ao interior do maravilhoso estado que nasci. Obrigado ao Leminski pelas maravilhosas idéias e inspiração.
Bjos do Marcelinho.
